A convergência de mídias na Cibercultur@
- André Prado
- 5 de abr. de 2023
- 3 min de leitura
Atualizado: 4 de fev.
Antes, a mídia (jornais, revistas, rádio, televisão) ditava as informações ao seu receptor, hoje, devido à internet, é o receptor que acaba ditando os caminhos pelo qual a mídia em geral irá percorrer. Limitando a ele, o ato de emitir conteúdo e se moldar ao seu receptor.

Detendo hoje o que se chama de “micropoder”, quem lê e vê que dita a maioria das regras sobre o que consome, aumentando a participação de seu senso crítico, e logo, a da capacidade de poder produzir conteúdo – como o deste blog - que nessa aldeia global no século XXI apresenta um nível de comunicação verticalizada e dinâmica entre os dois lados, tornando-se impossível de ser medida e reconstruída num único sentido.
Devido a essa verticalização, encontramos um panorama onde a revolução da informação causada pelo digital gerou um caminho com regras ainda incertas, sem lugar fixo e sem limites, provocando alterações nas esferas da vida social na nossa compreensão do que, na verdade, configura-se a informação.
No presente momento, pessoas geram conteúdo para pessoas no YouTube., portanto, não esperamos mais sermos informados, e sobretudo, entretidos.
Hoje podemos ir atrás dessa informação, e somos responsáveis por formar opiniões e gostos, encontrar nossos semelhantes, aliar e por consequência polarizar vozes.
Essa democratização da informação aumenta dramaticamente a responsabilidade sobre o que e como consumimos pela existência de um contato da imprensa com o público, que pode criar fatos e desmenti-los na mesma velocidade.
Em contrapartida, essa Cibercultura também gera um contato direto e igualitário entre o poder e o povo que inexistia no século passado.
Por exemplo, no caso do Twitter e outras redes sociais, onde políticos, astros e estrelas interagem diretamente com seus fãs ditando tendências e gerando reações quase que imediatas, alterando o contato que temos com o próprio consumo.
Peguemos o exemplo da Netflix, com a sua pertinência no que diz respeito ao consumo de conteúdo.
Apesar de a televisão ter o seu espaço inalterável no âmbito da informação, as onipresentes telas convergem texto, imagem e som com um senso de urgência que antes não existia. Na verdade, o streaming de vídeos hoje toma o lugar no contato e na compreensão do conteúdo gerado e não só do questionamento sobre a sua qualidade.
Não sentamos mais em frente à televisão em um horário marcado.
Em um caminho sem volta, é o receptor que pode ditar o que assiste, como assiste e quando assiste, num movimento que é consequente de uma vida moderna cada vez mais dinâmica, onde é o espectador que se faz protagonista.
Filmes, jogos, seriados, quadrinhos, livros, jornais... A mídia no século XXI converge em um só movimento devido à internet, alterando seu consumo e aproximando as pessoas que discutem como o conteúdo é criado e compartilhado.
Numa comunidade em que tais distâncias, que antes lhe eram impostas pela mídia tradicional, foram pulverizadas e agora limitadas apenas por uma questão meramente regional, o que com o tempo nem seja insuperável.
Claro, é óbvio que a mídia tem um papel inalterável como meio de poder, afinal, é ela que detém a informação.
Contudo, o papel do receptor (espectador) no século XXI deixou de ser passivo diante as informações que lhe são apresentadas.
Devido à internet e a convergência entre mídias, hoje o receptor dessa informação tem uma voz cada vez mais ativa acerca do que lhe é entregue, restando a quem emite essa informação uma passividade diante a esse fluxo contínuo de informação, como se o público a todo momento verbalizasse a sua vontade diante as “velhas mídias” para se adaptarem quanto antes a esse novo mundo interligado.
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