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Prevenção ao suicídio e o papel do RH para o bem-estar do colaborador

  • Foto do escritor: André Prado
    André Prado
  • 1 de set. de 2021
  • 5 min de leitura

Atualizado: 4 de fev.

A campanha é em setembro, mas a prevenção do suicídio é tema de todos os meses do ano, principalmente no ambiente comercial. Veja como você, gestor de RH, pode ajudar seu colaborador.



O suicídio não escolhe cultura, classe social, idade ou gênero; agravou-se com a pandemia de COVID, e para combatê-lo, é importante falar sobre o assunto.


Segundo a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), 17% dos brasileiros já cogitaram cometer suicídio, e 4,8% chegaram a realizar planos.


É a segunda causa de morte entre jovens. E corroborando esse fato, em 2019, a Organização Mundial de Saúde (OMS) registrou 18,6 milhões de brasileiros com ansiedade, sendo o país com maior número de pessoas com o transtorno no mundo.


Acompanhando o Dia Mundial para a Prevenção do Suicídio comemorado no próximo dia 10, o Setembro Amarelo é uma campanha criada em 2015 pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e o Centro de Valorização a Vida (CVV), com o objetivo de reforçar ações de saúde pública e de conscientização da população, uma vez que o suicídio pode ser evitado.


E com as estatísticas acima, tornou-se ainda mais urgente falar sobre isso.


Como abordar o assunto na empresa?


Infelizmente, o suicídio ainda é um tabu. Mas não deveria.


A depressão é o principal mal incapacitante do mundo, no Brasil, mais de 75 colaboradores foram afastados em razão da doença, com direito a recebimento de auxílio-doença em casos episódicos ou recorrentes.


Sintoma que se agravou com o isolamento, e as perdas de um ou mais familiares e amigos pela Covid-19, mesmo com a retomada gradual e a vacinação.


O medo e a insegurança são incapacitantes física e mentalmente, e os gestores de RH precisam se pautar pelo debate do assunto, encarando o tema de maneira franca. Buscando temas que ressoem na sociedade, abordando uma cultura do cuidado, através de ações que previnam e façam os colaboradores realmente integrados no ambiente de trabalho.


Veja agora 5 ações de cuidado íntimo e coletivo que o RH pode realizar.


Compreendendo as necessidades individuais


As causas do suicídio são variadas, podendo ser uma depressão na sua forma simples, dependência química e até esquizofrenia. Portanto, além das políticas públicas, também é necessário entender que o suicídio é uma realidade a nossa volta.


O Ministério da Saúde alerta que, para a prevenção, é fundamental estar atento a possíveis sinais de alerta, como:


  • Aparecimento ou agravamento de problemas de conduta;

  • Preocupação com a própria morte;

  • Falta de esperança ou auto-estima;

  • Ausência de interação nas redes sociais ou no círculo de amigos.


O suicídio é uma doença “silenciosa”, e pode acontecer sobretudo em situações impactantes e inesperadas, como finais de relacionamentos, abusos, crises financeiras, por transtornos alimentares, etc.


Também muito comum em pessoas que podem sofrer algum tipo de discriminação, como refugiados, imigrantes, e membros da comunidade LGBTIA+.


Dessa forma, a empresa, como segunda casa do colaborador, no mês do Setembro Amarelo, precisa ir além da preocupação. Compreendendo caso-a-caso com empatia e companheirismo, e realizando ações que abram e reforcem os canais de comunicação.


Atenção ao volume de trabalho e sobrecarga de tarefas


Profissionais se viram trabalhando em jornadas intensivas durante a pandemia, distante de família e amigos, longe de momentos de lazer, pressionados pelo trabalho, pela vida cotidiana em casa e pelo medo da doença.


O burnout, ou síndrome de esgotamento profissional, é um distúrbio emocional que tem como causa o excesso de trabalho.


Pressão e responsabilidades constantes tornam o colaborador distante, com dificuldades de concentração e sentimentos de fracasso constante.


Dessa forma, as ostensivas jornadas de trabalho, associadas as moléstias da doença, fez líderes e gestores de Recursos Humanos terem que redobrar a atenção com este tema, já que o ambiente de trabalho atua como facilitador do desencadeamento da síndrome.


Dentre os principais sintomas, estão:


  • Negatividade constante;

  • Pressão alta;

  • Dificuldades de concentração;

  • Alterações repentinas de humor;

  • Cansaço excessivo, físico e mental;

  • Dores musculares;

  • Fadiga e insônia.


E após mais de 1 ano, as perspectivas de incerteza continuam, mesmo com o avanço da vacinação.


Com a volta ao trabalho presencial em muitos casos, as ações que priorizam a saúde mental e a ergonomia dos colaboradores, reforçando à integração de novos funcionários e o estímulo ao engajamento, necessitam de uma sensação de continuidade frente aos aprendizados do último ano.


O Setembro Amarelo de 2021 diz que “agir salva vidas”, assim, não se pode replicar o sentimento de muitos colaboradores de que há uma volta à “estaca zero”.


As empresas que se adaptam melhor, são as que incentivam uma maior cultura de colaboração, flexível e empática, observando as demandas de trabalho que a pandemia causou. E que na volta à normalidade, podem causar um choque para quem tinha se adaptado a alta demanda no home-office.


Palestras informativas sobre questões emocionais


A pandemia de COVID-19 causou uma crise de saúde mental como nunca vimos.

Estatísticas norte-americanas indicam que os colaboradores que mencionam ou ameaçam tirar a vida têm 30 vezes mais chance de cometerem o ato.


Dessa forma, o momento do Setembro Amarelo, é a oportunidade para reforçar que o RH é um local seguro para todos os colaboradores que passam por dificuldades.


  • Oferecendo treinamento aos líderes sobre o assunto;

  • Estimulando tarefas cooperativas e atividades relaxantes;

  • Distribuindo materiais informativos;

  • Trazendo especialistas para falar sobre o assunto.


Faça os Recursos Humanos ser um ponto de apoio.


O Setembro Amarelo é um ponto de virada para saúde mental em seus grupos, tornando o RH uma fonte confiável sobre o assunto. A manutenção de canais abertos, fazendo os colaboradores que precisam de ajuda se sentirem seguros e confiantes para expressar suas emoções, ajudam a quebrar o tabu sobre o tema. Controlando situações de conflito, educando sobre comportamentos, minimizando despesas e melhorando o clima organizacional.


Apoio psicológico como um benefício ao colaborador


Diferentemente de uma estação do ano, a pandemia não tem previsão para acabar. 4 entre 10 brasileiros sofrem com a ansiedade como consequência da pandemia, e as mulheres são as mais afetadas, pois se sentem sobrecarregadas com as tarefas domésticas e cuidado com os filhos.


O Brasil está no topo da lista de países que sofrem com doenças psicológicas, e a OMS destaca a necessidade urgente de se investir em saúde mental.


Então, além de trazer especialistas durante o Setembro Amarelo para falar sobre o tema, é fundamental as organizações oferecerem um atendimento psicológico permanente. Buscando não só auxiliá-los nas desordens mentais relacionadas à pandemia, mas transformando a Psicologia Organizacional em uma política que se ocupe constantemente da saúde e bem-estar de todos.


  • Realizando um estudo exploratório sobre os padrões dos colaboradores;

  • Mapeando percepções através de pesquisas e questionários;

  • Identificando sinais da síndrome de burnout.


Para certas pessoas, retomar certas atividades pode se tornar um fardo.


Essa é a “síndrome da cabana”, que causa um confinamento social voluntário, e pode ser uma reação possível de estar acontecendo no ambiente de trabalho.


Dessa forma, o apoio especializado, para situações pontuais e que afetam à saúde mental, física e a qualidade de vida do colaborador, mantém a empresa próxima aos colaboradores.


Agindo diretamente na manutenção do equilíbrio e da sua qualidade de vida, e incentivando-o em direção à evolução profissional.


Um compromisso ético


Existem muitos mitos, erros e preconceitos em relação ao suicídio.


Porém, abordar esse tema com seriedade, por mais delicado que seja, alivia a angústia desses pensamentos inspirando a pessoa a procurar ajuda.


E o Setembro Amarelo visa essa conscientização durante todo o ano, especialmente com a pandemia, que gerou diversos impactos socioeconômicos aumento o sentimento de impotência, da depressão e de pensamentos suicidas.


Como dito, o colaborador precisa sentir sua empresa como segunda casa, e os profissionais de Recursos Humanos têm o compromisso ético na escuta e acolhimento dos colaboradores, implantando uma cultura organizacional focada no auxílio, suporte e apoio que contribua com a saúde mental. Estimulando ações, treinando e capacitando colaboradores.


Em suma, a valorização de cada profissional está na troca de informações.

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